sábado, 27 de dezembro de 2008

Apenas para que saibas

Houve uma só coisa que desejei este Natal. Não desejei presentes. Apenas desejei-te aqui comigo. Desejei receber um abraço teu, um simples abraço teu. Desejei-o, tal como o desejei em tantas outras alturas.
Apenas para que saibas, foi e é o teu abraço o que mais anseio nos momentos de solidão. Se as lágrimas caem, são os teus braços a envolverem-me que mais quero nesse momento. É esse teu abraço, esse teu calor que desejo, para que leve a tristeza para longe.
Apenas para que saibas, o teu abraço é o único desejo que pedirei na noite de mudança, na noite que renovará as esperanças, sonhos e desejos. Nessa noite, renova-se a minha esperança de poder estar contigo, renova-se o meu sonho de ter na minha vida e renova-se o desejo do teu abraço.
Apenas para que saibas.

sábado, 4 de outubro de 2008

Procuro

Procuro-te em cada movimentada rua em em cada solitário trilho. Procuro-te na confusão da cidade e na calma da Natureza. Procuro-te à clara alvorada e ao sombrio crepúsculo. Procuro-te na luz do Sol, procuro-te na sombra da Lua, tal como te procuro na suavidade das brancas nuvens do céu e no intenso brilho das estrelas do Universo. Procuro-te nas margens dos rios, procuro-te à beira-mar.
Procuro-te. Onde estas que não te encontro? Subo as mais altas montanhas tentando que a minha vista te alcance. Ora te consigo avistar, ora nao te vejo em lado algum. Estás em todos os lugares e em lugar nenhum. Conheço-te como ninguém te conhece e também não sei quem és.
Não te encontro, mas continuo a procurar-te. Procuro-te para te rever e para te conhecer.
Procuro-te, apenas porque te procuro.

domingo, 14 de setembro de 2008

Wind of change

O Verão começa a chegar ao fim. Esse final traz consigo os primeiros sinais do início do Outono. Já sopram os primeiros ventos frios e em algumas árvores é possível avistar algumas folhas a mudar já de cor.

Passeio calmamente num parque, junto ao rio. O dia está bonito, o céu azul com apenas algumas nuvens suaves. O sol principia a sua descida a caminho do horizonte. Sento-me junto à margem do rio. Há um vento que sopra. Inspiro profundamente. Sinto arrepios por causa deste vento frio que anuncia a mudança de estação.

Contudo, este não é um vento qualquer. Sinto-o em mim como um vento de mudança. A anunciar que nada será mais como era antigamente. A anunciar a mudança do destino que parecia ter um rumo fixo.

A mudança inicia-se. Liberto-me daquelas recordações que me atormentam. Que o vento as leve e as enterre algures no Mundo, longe de mim. Cai uma última lágrima em nome delas. Essas memórias, eram os meus fantasmas. Agora, livre deles que me assombravam em cada noite, posso dar um passo em frente. Posso ser quem quiser, como quiser. Fazer o que quiser, quando quiser. Posso visitar a praia no Inverno se isso me deixar feliz. Posso dançar na rua se chover torrencialmente. Posso ter uma tela em branco e pintá-la usando apenas tinta e as mãos, sentir a cores na minha pele. Sou livre para agir à minha maneira.

Mas a mudança ainda não está concluída. Já tenho a vontade, já tenho a liberdade em mim. No entanto, ainda falta um longo caminho até que a mudança fique completa. Muitos ventos ainda irão soprar, para me lembrar o porquê quando o questionar.

Levanto-me. O sol já vai baixo no firmamento. É altura de ir para casa.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O que é o Amor

"O amor é paciente e prestável. Não é invejoso. Não se envaidece nem é orgulhoso. O amor não é egoísta. Não se irrita nem pensa mal. O amor não se alegra com uma injustiça causada a alguém, mas alegra-se com a verdade. O amor suporta tudo, acredita sempre, espera sempre e sofre com paciência. O amor é eterno."

I Carta aos Coríntios, Novo Testamento, Bíblia Sagrada

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Alguém ainda te ama

Sentada no parapeito da minha janela, observo a quietude da noite. Vejo o vento que passa entre os pinheiros, agitando os seus ramos. Oiço o triste piar de uma coruja. Choveu há poucos minutos e, por isso mesmo, consigo sentir o cheiro limpo do ar, misturado com o aroma de terra molhada e pinho.

Com todas estas sensações, a minha mente rapidamente começa a divagar entre pensamentos. Pensamentos de uma vida que penso se realmente foi minha. Nesses longínquos pensamentos consigo ver muito. Vejo bons e maus momentos. Vejo amigos, amores… Vejo promessas. Vejo planos idealizados, sonhos supostos, esperanças seguradas. Penso para mim mesma “O que é feito de tudo isso?”.

Os bons momentos passaram, apenas restam as memórias. Bem como os maus momentos. E os amigos? Uns simplesmente partiram da minha vida. Novos decidiram entrar. Outros esqueceram que a amizade, como qualquer relação, precisa ser cuidada. Os amores foram surgindo e desaparecendo, tal como é a sua função. As promessas, muitas delas foram quebradas: especialmente as promessas de “para sempre” e “um dia”. Os planos idealizados morreram com as promessas por cumprir, os sonhos supostos pereceram com os planos idealizados, e as esperanças seguradas finaram com os sonhos supostos.

Tu. Estiveste presente nos bons e nos maus momentos, ainda que não fisicamente. Fizeste parte dos novos amigos que na minha vida entraram. Foste o último amor a aparecer. Fizeste as promessas de “para sempre” e “um dia”. Idealizámos planos. Juntos. Sonhámos. Juntos. Segurámos esperanças. Juntos.

As promessas que fizeste continuam para cumprir um dia. Os planos que idealizámos continuam à espera de ganhar vida, assim como os sonhos. A esperança de que um dia as promessas possam ser cumpridas e que os planos e sonhos ganhem vida está cada vez mais fraca, e a morrer a cada dia que passa.

Apesar de tudo, continuo a amar-te. Por muito fraca que a esperança esteja, ela ainda vive. Ainda vem ter comigo nas noites solitárias para me lembrar o porquê. Foi a esperança que esta noite veio ter comigo para me lembrar que apesar de tudo ainda és importante para mim.

domingo, 17 de agosto de 2008

Tears and rain...

Percorro as ruas desertas tentando encontrar um motivo para não abandonar este Mundo… A noite é fria… Um frio cortante e gélido… Está a chover… Sei que rapidamente vou ficar gelada e molhada… Posso até ficar doente… Mas não me importo… Já não há nada que eu sinta… Não sinto este ar frio que corta como uma lâmina afiada… Não sinto a chuva escorrer por todo o meu corpo… Não sinto nada…
Nada, excepto as lágrimas que insistem em cair e o coração que teima em doer…
São lágrimas que ardem ao percorrer a minha face… É uma dor lancinante que me tira toda a força para continuar a viver… E não te tenho a meu lado para segurares as minhas lágrimas e me tirares todo este sofrimento… Não te tenho, pois pertences a um outro alguém… Alguém que dizes que amas… Alguém que dizes ser indispensável na tua vida… Alguém que está mais perto de ti do que eu…
Queria tanto, mas tanto estar contigo… Sentir o calor do teu abraço… Sentir o doce sabor dos teus beijos… Sentir cada suave carícia tua… Sentir o teu corpo no meu… Sentir o teu coração bater ao mesmo tempo que o meu… Sentir-te a ti…
Mas sei que não podemos… Sei que tudo o que nos resta é amarmo-nos à distância… E esperar, que um dia, possamos estar juntos do modo que queremos…
Por agora… O céu chora comigo… Paro de andar… Deixo a chuva percorrer o meu corpo… Deixo que lave a minha alma e as minhas lágrimas… Levando a dor para longe… Já não sei se as pequenas gotas que percorrem a minha face são lágrimas ou chuva… Fecho os olhos… Penso em ti… Sei que não me ouves… Mas ainda assim sussurro, esperando que o vento leve este meu sussurro até ti:

A cada dia que passa falta menos um dia para estar contigo…

terça-feira, 29 de julho de 2008

Noites Geladas

É nas noites geladas que a solidão entra pela porta do meu quarto.
É nessas noites geladas e solitárias que as memórias de ti vêm para me atormentar.
É nessas noites que sinto falta do calor do abraço que nunca senti, do carinho do beijo que nunca provei, da calma das palavras sussurradas ao ouvido que nunca escutei.
É nessas noites que sinto a tua falta.
Sinto a falta dos teus abraços que nunca senti.
Dos teus beijos que nunca provei.
Da tua voz sussurrada junto ao meu ouvido que nunca escutei.
Sinto falta do que nunca tive.
Apenas, sinto a tua falta.