sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Alguém ainda te ama

Sentada no parapeito da minha janela, observo a quietude da noite. Vejo o vento que passa entre os pinheiros, agitando os seus ramos. Oiço o triste piar de uma coruja. Choveu há poucos minutos e, por isso mesmo, consigo sentir o cheiro limpo do ar, misturado com o aroma de terra molhada e pinho.

Com todas estas sensações, a minha mente rapidamente começa a divagar entre pensamentos. Pensamentos de uma vida que penso se realmente foi minha. Nesses longínquos pensamentos consigo ver muito. Vejo bons e maus momentos. Vejo amigos, amores… Vejo promessas. Vejo planos idealizados, sonhos supostos, esperanças seguradas. Penso para mim mesma “O que é feito de tudo isso?”.

Os bons momentos passaram, apenas restam as memórias. Bem como os maus momentos. E os amigos? Uns simplesmente partiram da minha vida. Novos decidiram entrar. Outros esqueceram que a amizade, como qualquer relação, precisa ser cuidada. Os amores foram surgindo e desaparecendo, tal como é a sua função. As promessas, muitas delas foram quebradas: especialmente as promessas de “para sempre” e “um dia”. Os planos idealizados morreram com as promessas por cumprir, os sonhos supostos pereceram com os planos idealizados, e as esperanças seguradas finaram com os sonhos supostos.

Tu. Estiveste presente nos bons e nos maus momentos, ainda que não fisicamente. Fizeste parte dos novos amigos que na minha vida entraram. Foste o último amor a aparecer. Fizeste as promessas de “para sempre” e “um dia”. Idealizámos planos. Juntos. Sonhámos. Juntos. Segurámos esperanças. Juntos.

As promessas que fizeste continuam para cumprir um dia. Os planos que idealizámos continuam à espera de ganhar vida, assim como os sonhos. A esperança de que um dia as promessas possam ser cumpridas e que os planos e sonhos ganhem vida está cada vez mais fraca, e a morrer a cada dia que passa.

Apesar de tudo, continuo a amar-te. Por muito fraca que a esperança esteja, ela ainda vive. Ainda vem ter comigo nas noites solitárias para me lembrar o porquê. Foi a esperança que esta noite veio ter comigo para me lembrar que apesar de tudo ainda és importante para mim.

1 comentário:

  1. "E são tais promessas que me fazem lutar pela vida" (Anónimo)
    tal como tu tens lutado pela tua, deixarias mesmo essas promessas desaparecerem?
    post muito bom ^^
    keep it up 8D

    ResponderEliminar